Tenho saudades, saudades tuas, minhas, nossas. Tenho saudades da pessoa que tu eras, tenho saudades da pessoa que tu me fazias ser, quando estava contigo. Saudades nossas, saudades do tempo, do que dissemos e do que ficou por dizer, do que vivemos e do que ficou por viver. O que é estranho é que éramos tanto e passamos a ser tão pouco, tão nada!
O que é estranho é que fizemos tantas promessa, tantas juras e agora não cumprimos com nada. O mais estranho ainda, é ser estranho. E o estranho, é que eu nem se quer me importei tanto contigo. O estranho é que são saudades estranhas, não são tanto saudades tuas, são saudades dos momentos, da alegria, de me sentir como sentia, do meu sorriso, desses efeitos que provocavas em mim, porque não vejo mais ninguém que me faça sentir assim. O estranho também é que eu até prefiro que seja assim, sinto um certo alivio, em não estar quase dependente de ti ("Quando se receia de mais que algo possa acontecer, acaba por se sentir um alivio quando isso acontece")
Mais um estranho é que foram bons momentos, que vou sempre guardar, apesar de ter ficado a conhecer outra pessoa, uma pessoa que não julgava que fosses e ficar sem saber quem és afinal, e isso é estranho. Deixaste-me a pior imagem, recordação de ti..
E verdadeiramente estranho, é nem se quer sinto aquela tua falta, nem se quer sinto vontade de estar contigo, de te abraçar, de te falar, mas tenho saudades disso. Isso sim, é o mais estranho de tudo, por eu nem ter a certeza de nada, não ter a certeza de tudo, não saber se quer o significado deste estranho.